segunda-feira, 6 de abril de 2009

PHI gura

A carne de um corte a vista
estraga e é molestada.
por animais,
que voam e rondam
comendo...
se alimentam disso.
ferem e sugam.
O sangue
que e bom e é vermelho,
espalha medo e não tem sentido
Sem ser vivo
senão ser visco
sem aceitar sua própria existência
da delirante emergência,
de uma vida,
emerge um coágulo e sua existência
-Por um instante-
pára
ali eu não reparava
uma pinta escura sobre uma pele alva
que errou
o alvo e o sangue
que seria derramado,
entrou mais e sufocou
e os olhos iriam fechar...
antes de não ver
a forma não vista
jamais concebida pela forma legítima.
fragmento superado
disforme, e meganinfomaníaca
quem viu
quis chocolate na boca
quis chocolate (...) e quis boca
olhou, não viu
apenas procurando ...
por si mesmo não,
soube que
Uma palavra e uma coisa
Vale pela outra
E não viveu, viu, e
O céu enrubesceu.
Alguma profecia pela avessa e não ria
Ninguém ria
Apenas anedotas guardadas,
do armário
Emergia uma potenciazinha
única de que alguém
fosse existir
Alguma profecia atendida
e antes que acontecesse
de fato Uma!
grande pedra caiu
O matou e o faliu
O fez de pó o próprio pó
De Puro duro essencial
Puro fato efêmero e existencial
Um cinematográfico beligerante
Assalto de assaltado que
Mata
arma
rouba a sua
Cena de novela
Ninguém mais via
Ninguém queria
a cena
De novela numa tevê branco e preto
Era uma forma e eu não
Sabia que era
Delirante e famigerada
Por sentido
Em pleno sentindo
Uma luz e um corte em carne dura
Ossos saiam a procura de sal, como girassóis a procura de sol
E a forma
Que ninguém conhecia
era
Parataxi perdido e pássaro ferido


4 comentários:

Nedsoon disse...

E aí?
Muito bom o textoo!
Ja falei..
Grande menino-poeta.

Mareana disse...

vermelho empirico e plural, acima de tudo, e uma vez plural, não pode ser puro, o sangue da carne dura. E não podemos esquecer: teu sal é agressivamente branco.

arquiteliteraturas disse...

Henry, grato pelo inverossímil "e mal" (emau?) democrático olhar sobre o território de minha comparação com um galã da novela das 20h.

Falar nisso é ver o mal democrático em consiste isto: "qualquer um [inclusive eu] quer ser visto [...] de preferência pelo vizinho, numa cena específica, que é a da política [da escrita?]" (RANCIÈRE, 1995, P. 197). o mal democrático segue aquele mesmo deplorado por Platão, ou seja, continua sendo a associação entre dois desejos: um de ser mais; outro de ter mais, e, na na síntese disso, ser visto nessa máxima perspectiva. A síntese desses desejos se ligam à organização monárquica, que hegemoniza a estrutura do soberano do espaço político, do ponto de vista privilegiado, que é o de ser visto. Sou mal democrata. Minha democracia constitui-se num preito pela visibilidade. Sou assim, mas quem não o é?

Grato pela provocante visita, Henry.

Anônimo disse...

terra chamando henrik... =P