segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ou(T)ro

Se os cientistas dizem que a falta de cor é o branco, digo eu. É o casamento o branco.
É no casa (R) que a ausência de sir está (R), nunca casei, mas sei, casar e se tornar branco é embranquecer.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Toscana

Esfregava a bucha cheia de sabão no meu corpo
Como se o odor de rosas retornasse o libido à sua lembrança
Comia com vontade uma manga e me lambuzava - amarelo
Até que sua carne-vermelha projetava-se na carne-esponjosa da fruta
Deitava na minha cama, sua boca
Como deitara a minha outrora, na sua, cama arrumada à toa

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Dia D

Pica repica Pink chilique
Fica repete pele
Pink trambique trampo chik
Pele repele pele a pele
Pede pele, Pink leve

terça-feira, 27 de setembro de 2011

não...

Quando não...
me perco em sambas
que fazem
quando não os quero
desfolhar
desabrochar ritmos
em sigilo

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Mundo

pelas ordens fora da lei maior menos dor há
simples assim (d)comi(n)go contra tempo contra mão
Nova York
Cariri
volta aqui pra rimar

Meia Noite, Paris!

entre-parte arte, frente?
entre-arte atrás da parte
menos mais arde
limite, rinite, RINOCERONTE

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Punhal

Oxum disse que sofrer de amor é burice
que a dor do amor é pra quem carrega andor
quem tem músculo forte,
sístole e diástole e não distorce.
Oxum, linda, quis ir a cidade
engraçou-se com Ulisses.
O bravo arrebatador Oxossi,
por mais que não esperavam,
inebriado de amor, sentimento cliché
matou os dois à
textura viscosa
do sentimento de posse

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Carta à Oswald Andrade

Preto crespo menino
boina e sacola de sonhos pro café da manhã
cartas e sorrisos amarelos
sorrisos dentes brancos sorrisos vários
vários cafés entre pretos e pardos
doce tilintar e ávido pelo novo
Pedro loiro, seu louco!

Carta à Oswald Andrade

Preto crespo menino
boina e sacola de sonhos pro café da manhã
cartas e sorrisos amarelos
sorrisos dentes brancos sorrisos vários
vários cafés entre pretos e pardos
doce tilintar e ávido pelo novo
Pedro loiro, seu louco!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

À

Grande luta das mulheres
Entre o prazer e as dores dos desejos fálicos
Ou mesmo da tristeza
lésbica do amor que
o munco construiu nela
Que
nela foi construído e carregado
pelo andor e pelo corredor esvaiu-se
Jogou-se fora
o féu
que a adociacava e o
açúcar que a cobria
Jogaram nela o pecado
dos homens e a culpa da humanidade,
o ardor do fogo e o desprazer
da tocha que afaga
a noite e
descama o corpo

sábado, 30 de julho de 2011

seria

Queria ser caneta
rasgar o vazio branco do papel
marcar singelo
segredo brando dos poetas
queria ser magrela
correr pelas partes, cidades
rasgar os vazios ermos das quadras
os percalços altos das calçadas
seria estrada
se quisesse ser as picadas das matas

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Loop

...as veze quero que alguém me atravesse
levando partes de mim
para que eu saiba que selas existam

domingo, 17 de julho de 2011

pergunto-se

Existe uma palavra que caiba outra? sem paralelismos de sentidos ou seus equidistantes?
sem moral, ética ou outra coisa qualquer?
existem palavras que não comovam mas que movem sem gastar expressões faciais, sem deixar marcado o tempo no corpo?
Exitem as palavras

Certeza

Poemas são resto e restos não são poemas
restos são os restos do poema, nem por isso
é o resto um poema

De certo, não

Escrevi menos que um verso
pra ver se ficava claro, o quanto não explicavam as palavras

Irreversível

A cidade das voltas
dá volta
como um jornal aberto dobra
enquanto as tintas amarelo e vermelho criam o abóbora.
Na cidade das voltas
a abóboda do céu ilumina (!)
as fechaduras duras das portas (?)

sexta-feira, 10 de junho de 2011

eu sei da minha vida, eu sei da praia que me contém
mas as ondas me levaram...

terça-feira, 1 de março de 2011

Carnaval


Memórias cortadas, doce delírio
amar contigo, o confete
a serpentina, um colírio