terça-feira, 18 de março de 2008

Refração

A cor vermelha do abajur
Outrora lilás
reluz um novo brilho pela janela fechada
um estar bem em sentimento
era a hora
não a suposições vagas de um futuro incerto
era a hora de pensar
Muito bom
é muito bom ta aqui
o rósea da parede influenciada pela cor da luz
a vela alimentada de oxigênio
e
regulada pela respiração
abria a fome de recuperação
abre a geladeira:
é muito bom caqui!
geladeira fechada.
O lilás retornará só no dia seguinte

7 comentários:

Unknown disse...

cara cada dia q passa vc tá mais psicodélico!!!!! esse ar puro de vitória está fazendo muito bem a vc auauuuaua
abraços cara...

Henrik disse...

Pscicoldélico...bem
n]ão sei o que isso realmnte significa, mas pode ser
está aberto
bem
esse texto tb foi escrito em 2007 - quero colocar todos de 2007 aqui, aliás, já estão aqui.

... Janna!!! disse...

quando você escreve "não a suposições vagas de um futuro incerto", relembro minhas resoluções de Ano Novo ...
que nem sempre seguidas, mas sempre lembradas!

Rafael Carvalho disse...

deu fome...vontade de comer até as cores...psicodelia total

Contrasenso disse...

-Táxiiii! Para o táxi. Por favor!
Senão ele pede com mais jeitinho!
E se acha que já foi suficientemente agradável mostrando O seu eu lírico...
Mas... vamos para o táxi, não como fim, e sim como meio.
Caro Henri! Já se perguntou o porquê, “junto-e-com-acento”, de tudo isso?
Assim como o veículo automotivo, que não é o fim em si mesmo, este espaço virtual – ou seria virtuoso – não se encerra no conceito de ser por assim dizer “destino final”, que redundância, dos propósitos íntimos regidos a leis Freudianas. Indulte o destino final, caso contrário a galera da geral do Maraca perde o olho do lance. Então, uma vez adentrando no táxi/blog – bandeira 1 ou 2? – o leitor(a), de preferência entre parênteses, encontra-se devidamente acomodado nas poltronas traseiras, no bom sentido, deste artefato automobilístico literário.
Brannnnnnnn! Cantam os pneus e ronca o motor. Chegamos então ao ponto, nem o final, nem o de ônibus (estamos de táxi, lembram) muito menos o ponto médio do segmento de reta, a mesma que liga o nada ao lugar nenhum que se avizinha ao horizonte do precário... enfim, pode-se chegar ao ponto consoante, singular, de preferência antes da hora “H”, desde que ele seja o ponto final, nem o do ônibus, nem o do fim da frase. Sim. Frases serão ditas, ou melhor... aquele velho diálogo entre Adão e Eva. Paga-se o taxista, saltam e, e para aqueles que ainda não entenderam onde quero chegar, serei ainda menos claro. A questão é exatamente onde!
A experiência mostra que por meio dessas aventuras poéticas, lograr resultados satisfatórios em se arregimentar corpos de prova para incursões cátricas é desastrosa. Conjunto vazio mesmo. Nem ruptura por cisalhamento, nem flexão, muito menos uma fissurazinha! Crer que o evento de comunhão e permuta de fluidos seminíferos possa ser incentivado pela leitura de signos lingüísticos poéticos-bloguísticos é navegar em mar infinito. Imagino que nosso poeta o bem saiba. Talvez seu consciente não tenha se dado conta disso, mesmo quando vemos a busca pela cor, que na verdade é a luz do fim do túnel, ou a lanterna no tonel?
Escrever é isso mesmo meu caro, é como ter em mãos uma garrafa de Molotov. Ou você toma, ou você joga, mas de qualquer jeito ela vai explodir.
Abraços!

arquiteliteraturas disse...

VERSOS EM PARATAXE (MAS NÃO DISSERTAREI SOBRE ISSO DE NOVO)

"o rósea da parede influenciada pela cor da luz
a vela alimentada de oxigênio
e" (HENRI, 2007).

Posto que é chama, direis: que fazer com essa energia liberada? Nada. Isso é excesso. Arte também o é. Não, não por que vc tenha fumado a fuligem da vela (ou sabe lá Jha o que vc fumou, mas é que seu devaneio só interdita o trânsito das dores alheias).

As imagens que adejam a "Refração" tremulam flácidas, sugerindo a leveza de um tema complexo: a precariedade da fome, como metáfora do desejo, paradoxalmente, insensível ao ato de fartar-se.

Contrasenso e Rodrigo S.M. têm razão: quanto a escrever, mais vale um cochorro morto. No entanto, texto e leitor são também a voragem disso: canibais de si mesmos, até que surja o próximo poema, na reta da quebrada de uma catacrese ou no remanso sereno de perífrase.

Somos dependentes dessas emanações semânticas ou traficantes de antimuarismus mentales? Que importa?

O Lilás sempre retorna; essa é uma forma de se reestruturar o moi, que se desprendeu do je, nas rodadas insertas de un jeu.

Estamos de Parabéns, nós os arquitetandos que não dispensamos uma luta com palavras, na vanidade de cada memória conceitual.

Vale, Henri!!!

Anônimo disse...

Blog inteligente atrai leitor inteligente. E Contraseso é do tipo que não poupa orgasmo nem sarcasmo em suas provocações cátrico-escripturais. Aí está o valor dele:

"A experiência mostra que, por meio dessas aventuras poéticas, lograr resultados satisfatórios em se arregimentar corpos de prova para incursões cátricas é desastrosa [...]. Nem ruptura por cisalhamento, nem flexão, muito menos uma fissurazinha!!! (CONTRASENSO 2008).

Mas eu discordo parcialmente. Corpos de prova se arregimentam, e muitos, desde que se escrevam, também, nesses blogs, puerilidades todínicas "ad olescentes", próprias às leituras de pulcras onagras e azêmulas, oriundas de Cursos sem Cérebros (CsC) ministrados em planta bicemúnica (essas dão em árvores,... e em qualquer lugar).

Mas, na hora de romper tais corpos de prova num ensaio cátrico-laboral do tipo mais de 11 por night, esses receptáculos seminais desembucetam-se em discursos românticos baratos e tornam-se grudes très chats. Esquecem-se, enfim, de secolocarem em seus ínclitos lugares, onde o máximo de alumbre que alcançam é a própria burrice sincera.

Enfim, contrasenso tem razão. Romper tais corpos não prova a resistência dos materiais envolvidos nessa realidade concrética.

Tio Muñoz